Quem hoje em dia não possui uma garrafinha plástica?
Encontrada e utilizada em vários ambientes do nosso dia a dia esta garrafinha,
que chamamos de squeeze, se não bem higienizada pode conter milhares de bactérias.
Esta constatação foi feita através de dois estudos
realizados por pesquisadores de Petrópolis, na região Serrana do Rio de Janeiro
e também pela Faculdade de Biomedicina da UniMetrocamp, em Campinas (SP).
No estudo realizado pela Faculdade de Biomedicina da
UniMetrocamp, "os Bocais e a parte interna de oito garrafas e copos foram
analisados em laboratório e todos apresentaram micro-organismos."
Durante a pesquisa UniMetrocamp "alguns dos itens a sujeira
era visível, afirmou a doutora em ciências de alimentos e pesquisadora, Rosana
Siqueira. "Principalmente na parte que entra em contato com os lábios, a
boca. [...] A gente tem a noção de que, por ser água, a água é limpa. Mas, a
gente esquece que coloca essa água em contato com a mucosa da nossa boca",
explica a especialista."
Segundo Rosana, "a boca tem micro-organismos naturalmente,
mas em baixa quantidade. Quando eles são transportados para os bocais e para o
interior de copos e garrafas não higienizados, acabam proliferando e a alta
quantidade é que representa o perigo para a saúde."
O Teste: Antes e
depois
"No teste realizado pela UniMetrocamp, em apenas uma das
garrafinhas analisadas, foram encontradas 17,5 mil bactérias e 1.980 fungos na
parte interna. A condição do bocal foi ainda mais preocupante, com 1.152.000
bactérias e 8.310 fungos.
Esse objeto foi lavado e novamente passou pela análise da
pesquisadora. No interior da garrafa não havia mais contaminação, mas o bocal
ainda conservou micro-organismos: 103.200 bactérias e 110 fungos."
"Se não fizer uma higienização muito profunda, esses
micro-organismos vão permanecer", afirma Rosana.
Na pesquisa realizada em Petrópolis, Rio de Janeiro foram usadas
como amostra 30 garrafinhas plásticas utilizadas em academias e encontraram em
90% dos casos pelo menos seis tipos diferentes de baterias.
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Imagem: Site CONFEF |
O motivo é um só: higienização incorreta. Isto porque o
índice de contaminação é alto, em comparação com garrafas novas, em que a
contaminação foi próxima de zero, segundo os pesquisadores.
"O alto índice de contaminação tem a ver com o fato de
as pessoas não as lavarem adequadamente ou não secá-las corretamente depois que
lavam. Além disso, associamos o contato com bebedouro, suor da pele e maus
hábitos de armazenagem", explicou o pesquisador.
De acordo com Estevão, com uma higienização correta, não há
motivos para preocupação. Estevão alerta ainda para as garrafas com relevo
interno – sejam eles de fábrica, ou decorrentes do constante uso. “Em geral,
garrafas plásticas tendem a apresentar ranhuras com o uso e até mesmo com as
constantes lavagens. Isso torna o ambiente ideal para a fixação e proliferação
de patógenos. Sugerimos dar preferência ao vidro ou metal, de modo que seu
interior seja o mais liso possível”.
Mas, calma: Estevão lembra que essas bactérias são perigosas
sim, “no entanto, o agravamento do potencial infecioso se dá no ambiente
hospitalar, geralmente associado ao quadro de imunossupressão, e resistência
alopática. Ou seja, o fato de terem sido encontradas todas essas bactérias nas
garrafas de academia não significa que todos que utilizem esses utensílios
poderão morrer a qualquer instante”, tranquiliza, incluindo: “Inúmeros
trabalhos já foram realizados em bebedouros, corrimãos, cédulas, etc, mostrando
presença patogênica similar”.
Outra causa para a proliferação destas bactérias é colocar
suplementos dentro das garrafinhas e depois não fazer a limpeza corretamente,
tornando assim um ambiente favorável para o crescimento destes micro-organismos.
Cita também pesquisador Estevão.
Dentre as bactérias,
foram encontradas:
Nas duas pesquisas foram encontradas as bacterias Escherichia
coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas Acinetobacter sp., Enterobacter, e
Klebsiella. Entre os fungos foram encontrados na pesquisa da UniMetrocamp a Candida
e Rhodotorula.
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Fungos e bactérias encontrados em garrafinhas de água mal higienizadas; análise foi feita em universidade de Campinas. — Foto: Reprodução EPTV |
Segunda a especialista Rosana as bactérias são oportunistas e
se nosso sistema imunológico estiver debilitado essa será a oportunidade dessas
bactérias causarem alguns doenças citadas logo abaixo.
Dentre os riscos de
doenças encontrados podemos incluir:
Intoxicação alimentar que tem como sintomas principais a diarreia,
vômitos, náuseas, febre e dor abdominal, outra causa é a dor de garganta e
também a mais grave a infecção pulmonar.
Como fazer a limpeza
correta?
Para evitar a proliferação dos micro-organismos, a
pesquisadora recomenta o uso de detergente, esponja de lavar louça e escova de
mamadeira, para alcançar o fundo de garrafas.
No caso de canudos, o ideal é que ele fique imerso em uma
solução de água sanitária, na proporção de duas colheres para um litro de água.
A limpeza deve ser feita todos os dias.
"Tem que esfregar bem a parede das garrafas e também o
fundo, e dar uma atenção também para o bocal", explica Rosana.
“Nos locais onde se costuma guardar copos e garrafas, ela
alerta para a importância de deixar sempre sem resíduos e restos de água e outras
bebidas. Se tiver tampa, guardar limpo e tampado. Se não tiver, guardar virado
para baixo, para evitar que insetos tenham acesso aos objetos.”
As duas pesquisas apontam que a principal causa de
contaminação é a falta de higienização.
Então vamos dar um pouco mais de atenção
a nossa companheira do dia a dia a garrafinha. Ok! É vamos evitar compartilhar.