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quinta-feira, 3 de julho de 2025

Seiyunchin (Controlar e Puxar) - 制引戦

As traduções deste antigo kata chinês são múltiplas, além de ser difícil de achar material falando sobre este assunto. 

Conhecido como Seinchin, Seienchin, Seiyunchin, Seiunchin, Seiyonchin ou Seianchin no dialeto de Okinawa. A pronúncia correta deste kata no dialeto de Fujian é Chainchin. 

Existem vários kanji representando Seiyunchin, visto que, como muitos outros katas, seus kanji foram representados por certos autores e pesquisadores sem uma compreensão clara de sua origem e significado, com base em sua pronúncia fonética.

Seiyunchin e um kata pelo qual se aprende a adquire energia móvel, onde pode se adaptar à mudança de situação no combate.

Significado do nome

Dentre as várias traduções e interpretações possíveis, estão:

  • Controlar e puxar
  • Controlar e suprimir a batalha.
  • Controle e puxada em batalha
  • Batalha de controle e puxada
  • Controle sobre o oponente enquanto se puxa para uma situação de batalha.
  • Puxar para dentro e combater

Alguns praticantes do estilo Goju-ryu entendem que o nome "Seiyunchin" também pode ser interpretado como "calmaria na tempestade", referindo-se à necessidade de manter a calma e a concentração durante uma luta intensa, mesmo quando a situação parece caótica.

Para entender melhor o significado do termo Seiyunchin, confira abaixo uma explicação mais detalhada: 

  • Sei (): "controlar", "suprimir", ou "apoderar-se".
  • Yun (): "puxar" ou "atrair".
  • Chin (): "batalha" ou "guerra".
  • Em mandarim (Sui yiun jin), significa "Seguir", "Mover", "Pegar".

Origem do kata

A origem de Seiyunchin pode estar no sistema interno de Wu-shu, Hsing-I. (Hsing I é uma das três artes taoístas internas, as outras duas são Ba Gau e Tai Chi.) A tradução de Seiyunchin ao longo do tempo foi perdida, mas muitos karatekas de Goju-ryu se referem a ela como "Marchando silenciosamente".

Característica técnicas deste kata

O nome Seiyunchin implica o uso de técnicas para desequilibrar, projetar e agarrar.

Caracterizado pela respiração e movimentos lentos com muchimi. Este kata da ênfase as posições fortes e estáveis e existem muitas técnicas de puxar e atacar. Esta forma complexa não possui nenhum golpe de perna e a maioria das técnicas de mãos são executadas na base shiko dachi, o que permite uma maior eficácia nas técnicas de mão.

Um dos principais objetivos deste kata é desenvolver uma postura forte e estável. Sem uma postura forte, é difícil desenvolver potência total nas técnicas. Como um kata avançado, embora o Seiyunchin seja isento de chutes, pode-se notar que trabalha bastante o shiko dachi e suri ashi, além de incorporar golpes como o punho traseiro (uraken) e o cotovelo (hiji ate ou enpi). Junto com o Seisan, o Seiyunchin é o outro Kaishu de treinamento do Meibukan Goju-ryu, adequado para homens e mulheres de estatura baixa e com menor força física.

As técnicas são executadas com a outra mão, usada como reforço ou reforço. Dentro do kata, existem muitas técnicas de puxar, arremesso para combate corpo a corpo, luta agarrada, rasteira, queda e projeções, imobilizações

Este kata possui 46 kyodos é praticado pelos estilos goju-ryu, shito-ryu, isshin-ryu, shorei-ryu, kyokushin

Mencionado como um dos 2 kata de treinamento do goju ryu (junto com seisan) por Meitoku Yagi, Seienchin é ensinado como kata da faixa marrom em muitas organizações do estilo goju ryu.

Vídeos




Referência:

https://www.goju.co.uk/Kata%20Seiunchin.html

https://www.houstonkarate.org/benefits/kata-of-goju-ryu

https://artesmarciaispe-karate.blogspot.com/p/seiyunchin_10.html

https://itosukai.blogspot.com/2020/01/seienchin.html

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Saifa (Esmagar e Rasgar) - 砕破

Saifa é o terceiro kata dos oito shiteigata do estilo Goju-Ryu de Karate. O nome pode ser grafado com dois grupos de ideogramas (kanji), que transmitem significados como “Destruir e Esmagar” ou “Destruição Extrema”. O termo utiliza o mesmo kanji chinês para "sai" encontrado no kata Gekisai. O segundo kanji, fa, pode ser traduzido como “rasgar” ou “romper”, o que justifica a tradução comum do nome como "Esmagar e Rasgar". Sua pronúncia varia: “Sui-po” em mandarim, “Sai-fa” no dialeto de Okinawa e “Sai-ha” em japonês.

Dentre os kata kaishu do Goju-Ryu que foram transmitidos, Saifa é o único que aparentemente manteve sua pronúncia original no dialeto de Fujian, na China. Em Fuzhou, o sistema Shaolin do Sul possui uma linhagem conhecida como Boxe do Leão (Shishi Kenpo, em japonês), que inclui estilos como Forma do Leão, Leão Dourado e outros. Vários elementos desse sistema estão presentes no kata Saifa, como o golpe duplo Hiraken e o Mawashi Uke.

De acordo com Kinjo e Tokashiki, o Hiraken duplo simboliza o ataque e o puxão com as patas dianteiras de um leão ao abater sua presa. Já o Mawashi Uke, comumente associado à “boca do tigre”, também pode ser interpretado como a "boca do leão". As muitas ações de pisada presentes em Saifa evocam os passos potentes da fera em combate.

Origem do Kata

De origem chinesa, Saifa teria sido trazido para Okinawa por Kanryo Higaonna, que aprendeu com seu mestre Ryu Ryu Ko (Xie Zhongxiang), durante seu período de estudos em Fuzhou (1863–1881). No entanto, a escola de Juhatsu Kyoda — um dos principais discípulos de Higaonna — aponta que apenas quatro kata foram transmitidos por ele: Sanchin, Sanseiru, Seisan e Suparinpei (Pechurin).

Assim, é possível que Chojun Miyagi tenha aprendido Saifa posteriormente em suas próprias viagens à China, ou talvez o tenha desenvolvido com base em técnicas chinesas e de Okinawa. Algumas fontes sustentam que Saifa possui raízes diretas nos sistemas do Leão de Fujian, sendo que o kanji original pode também significar "Lei do Leão", pronunciado como “Saifa” no dialeto Hokkien Amoy ou “Shifa” em mandarim.

Características Técnicas e Aplicações

Saifa é o primeiro kata kaishu avançado — ou seja, um kata de "mão aberta" com caráter combativo — ensinado no Goju-Ryu. Seu objetivo principal é o desenvolvimento do tai sabaki (movimentação corporal) e do equilíbrio. Os ataques são executados com movimentos circulares e soltos nas articulações do punho, cotovelo e ombro, como chicotadas impulsionadas pela rotação do quadril, o que amplia a velocidade e a potência dos golpes, em conjunto com movimentos suaves e duros dos braços.

O kata incorpora:

Ø  Movimentos rápidos;

Ø  Golpes com o dorso do punho e punhos em martelo;

Ø  Chutes com o joelho e na virilha;

Ø  Posturas leves como Neko Ashi Dachi e Sagi Ashi Dachi combinadas com posturas firmes do shiko dachi;

Ø  A mesma mão que ataca pode defender e vice-versa;

Ø  Ataques laterais para executar este kata.

Além disso, as técnicas de golpe (uchi) são circulares e, embora executadas de forma solta, concentram toda a força no momento do impacto (kime), com contração nas articulações e músculos para maximizar o efeito.

A partir da análise do bunkai (aplicações práticas), Saifa pode ser interpretado como um conjunto de técnicas de agarrar, rasgar e romper em combates corpo a corpo.

Este kata possui 25 kyodos.

Contexto Histórico

Independente da tradução dos kanji, os significados convergem para a mesma essência: golpes decisivos e devastadores, frequentemente duplos (usando ambas as mãos), com foco em esmagamento e finalizações. Trata-se de um dos kata com aplicações mais agressivas do Karate-Dō, refletindo o contexto histórico de sua criação: os períodos de conflito entre os reinos de Ryūkyū, em que o porte de armas era proibido até mesmo pela classe guerreira, o que exigia técnicas letais de combate desarmado.

Esse aspecto é fundamental para compreender o conceito de kata no Karate-Dō, que representa confrontos múltiplos e situações de guerra, diferente de outras artes marciais como o Aikidō, Kendō ou Judō, cujos kata simulam duelos com um único oponente.

Vídeos:






Referência

https://karategojuryu.webnode.com.br/news/significado-dos-katas-da-goju-ryu/

https://www.goju.co.uk/Kata%20Siafa.html

https://www.houstonkarate.org/benefits/kata-of-goju-ryu

https://www.efdeportes.com/efd158/kata-de-karate-a-cultura-nos-shiteigata.htm 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Tensho (mãos que giram) - 転掌

O segundo kata "heishu" do estilo Goju Ryu, foi desenvolvido pelo sensei Chojun Miyagi, este kata é baseado no kata chinês Rokkishu, do estilo garça branca. Rokkishu significa seis mãos, denota as diferentes posições das mãos neste kata.

Tensho é derivado de uma forma chinesa mais suave de Sanchin. Foi criado para complementar o kata Sanchin “o irmão suave”.  o kata Sanchin e Tensho “andam juntos” de certa forma.

O termo "heishu" se traduz como "fechado". Como em todos os aspectos do Karatê de Okinawa, há mais de uma definição. Primeiro, "heishu" pode se referir à contração muscular e ao estilo de respiração (ibuki) exclusivo de Sanchin e Tensho. Segundo, pode implicar a restrição e a direção específica de energias dentro dos caminhos de energia do corpo, tanto superficiais quanto profundos. Os outros 10 kata são chamados de "kaishu" ou "abertos", pois são livres de contração muscular constante e a respiração é "normal".

Ao contrário do Sanshin, o qual é praticamente idêntico à forma chinesa. Tensho é unicamente okinawense. Da sua compreensão dos kata Goju ryu e da natureza do Homem, Miyagi Sensei desenvolveu este kata para completar o seu estilo. Tensho possui muitos princípios do Sanshin, mas vai mais à frente por incluir mais conceitos intrincados das técnicas de Goju ryu. Estes conceitos estão presentes expressamente no kakie, o qual no treino avançado toma vida no bunkai dos kata de goju ryu.

Sobre a tradução do kata

Tensho significa palmas giratórias / mãos circulares / mãos que giram

Ten significa rodar e Sho significa mão aberta.

Sobre o kata Tensho

Tensho (転掌) é a concentração em pontos inconstantes ao se executar os movimentos de mãos suaves. Este kata combina movimentos tenso e dinâmicos, com uma respiração profunda e movimentos de mão suaves e fluidos, concentrando sua energia no hara. Com técnicas fluidas, sofisticadas e poderosas e utilizando o sanchin dachi como sua principal base, o kata tensho enfatiza principalmente a respiração.

Lembre-se de quando estiver praticando este kata deve estar relaxado, pois precisa ser capaz de se mover e mudar de posição quando for necessário

Este kata possui 34 kyodo.

Diferença entre o Tensho e Sanshin

A diferença mais notável entre Sanchin e Tensho é que a respiração é explicitamente diferente da de Sanchin. A respiração de Tensho não é "dura" e externa como Sanchin. A respiração é internalizada distintamente diferente e para os não educados parecerá ser a mesma de Sanchin.

Vídeos




Referência

https://www.wayofleastresistance.net/2013/10/the-origins-of-tensho.html

https://shukokai-world.net/tensho-kata/ 

https://www.houstonkarate.org/benefits/kata-of-goju-ryu

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Kata (型 ou 形) – conceitos e reflexões

No karate a palavra kata de origem japonesa pode ser traduzida como forma e estar presente em diversas artes marciais japonesas. Os kata teve sua origem na China e Okinawa

Passada de forma verbal (oral) e secretamente, os kata foram aperfeiçoados para facilitar o aprendizado dos alunos nas escolas primárias e secundárias.

Frequentemente conceituado como, sequência definida de movimentos de ataques e defesas em diferentes direções imaginando sempre uma luta contra diversos inimigos.

Para alguns caratecas a prática do kata tem como objetivo ganhar competições para outros é uma questão de conhecimento e aprimoramento das técnicas, para outros é saber o maior número de kata ou não veem finalidade no treino, mas o objetivo de treinar é muito mais profundo do que isso.

Cada kata representa dez mil cenários possíveis de defesa pessoal e a junção e a prática destas técnicas podem levar a benefícios físicos e espirituais.  

O kata não é apenas uma luta imaginária. O kata possuem objetivos e aplicações, e eles reúnem diversas técnicas. “Assim, cada kata é uma tradição única com princípios, estratégias e aplicações distintas.” (in Bubishi, Patrick Mc Carthy, 1995) O kata também ajuda a melhorar a circulação sanguínea e a eficiência respiratória, estimular a energia ki, fortalece os músculos, fortalece os ossos e tendões e massajear os órgãos internos. Incluindo oxigenação do sangue. Também ajuda na coordenação, ritmo e equilíbrio.

É essencial conhecer o significado e a aplicação de cada técnica e consequentemente de cada kata.

“De acordo com Kenwa Mabuni, o estudante ignorando o kata e praticando apenas kumite, nunca irá progredir no karate-do e nem irá entender o seu significado.”

Yoshitaka Funakoshi dizia que quando fazia um kata tinha s sensação especial e uma impressão de perigo iminente. Para ele é assim que se faz os kata.

Então conclui-se que a prática de kata deve ser constante e séria, que é de extrema importância para a defesa pessoal e que a forma de executá-la deve transmitir toda energia de quem faz.

Atualmente a prática do kata na maioria das academias é banalizada, sendo feito sem emoção, sem concentração completa e seriedade.

O que é kata?

De acordo com Nakayama (2001), “Os kata são praticados com a finalidade de aprender técnicas de ataque e defesa, e movimentos corporais; nesta forma de prática, o adversário existe apenas no olho da mente.”

De acordo com Taiji Kase, 9º Dan de Karate-Dô Shotokan “Os que observam a execução de um kata devem sentir e notar algo que provêm das vibrações da nossa força interior e determinação. Se os que observam não sentem nada, o kata não está a ser bem realizado, é como uma ginástica”.

Para o Mestre Ivo Rangel, o kata “são combinações de movimentos de ataque e defesa previamente estabelecidas em deslocamentos para a frente, lados ou para trás, com o objetivo de desenvolver a coordenação motora, estética, postural e a agilidade. Espiritualmente esses treinamentos objetivam, em primeiro lugar a cortesia, representada pela mesura que o karateista efetua quando inicia e finaliza o kata, mesmo estando treinando sozinho, como uma forma de respeito que o cultor do karate, tem para consigo próprio, para com o ato que está a realizar, para com a roupa que está a vestir – karate gi e para com local onde está treinando.”

Ainda para o Mestre Ivo Rangel, o treinamento espiritual do kata para o karateca deve ser executado idealizando uma luta imaginaria e o executor do kata deve demonstrar coragem e confiança, mas também polidez e humildade.

O kata ainda pode ser conceituado como “método ritualizado através do qual os segredos da defesa pessoal são transmitidos de geração e geração.”

Para a professora Van Pires, o kata quando praticado de corpo e alma torna-se um hábito natural, trazendo grandes benefícios, principalmente ganho de confiança. A prática te dá uma visão mais ampla do ambiente, te preparando para qualquer situação que possa ocorrer. Quanto mais praticamos mais desenvolvemos as técnicas de ataque e defesa

Lista dos kata

Heian shodan

Heian nidan

Heian Sandan

Heian yodan

Heian godan

Tekki shodan

Tekki nidan

Tekki sandan

Kankudai

Kankusho

Empi

Bassai dai

Bassai sho

Meikyo

Nijushiho

Sochin

Unsu

Gojushiho dai

Gojushiho sho

Jion

Jitte ou Jutte

Ji’in

Gankaku

Hangetsu

Chinte

Wankan

Gekisai Dai Ichi

Gekisai Dai Ni

Sanchin


Referência

in Bubishi, Patrick Mc Carthy, 1995

Nakayama, M. O Melhor do Karate – visão abrangente – práticas, vol.1, Ed. Cultrix, 2001. 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Sanchin (três batalhas) – 三戰

Considerado a base para todos os outros kata. Este kata é o mais importante a ser dominado pelo estilo Goju Ryu. É uma espécie de meditação em movimento, cujo propósito é oferecer uma maneira de resolver os conflitos entre a mente, o corpo e o espírito e unificar.

Sanchin é um kata básico, mas difícil de ser executado, cujo o objetivo é coordenar a respiração com o movimento, mantendo a estrutura correta do corpo.

Criado possivelmente em 1883, é um kata típico do estilo goju-ryu, mas comum a todos os estilos duros e antigos de Naha-te da ilha de Okinawa, como uechi-ryu, isshin ryu, ryuei ryu, shito-ryu, shorin-ryu ou o shorei-ryu. Sua origem, contudo, pode ser do Sul da China, na região de Fukien. Este kata também é praticado pelo estilo Kyokushin.

O mestre Higaonna já praticava uma variante deste kata, que era executada com as mãos abertas e a respiração era natural e fluída (praticada pelo estilo Uechi Ryu) e o mestre mudou para mãos fechadas.

Miyagi Sensei após a morte do seu mestre Higaonna, ele fez uma revisão do kata Sanchin para desenvolver e equilibar o interior, modificando assim a foma rápida e explosiva com giros de 180º, para a versão mais lenta, com a tensão total do corpo e a inclusão da respiração profunda ou sonora (ibuki), principal diferença entre a forma moderna e as chinesas. E o mestre Miyagi o desenvolveu para equilibrar o interior. Seu desempenho requer um uso diferente de outros músculos, resultando no desenvolvimentomais simétrico, preservando assim os danos na parte de tras e em outras áreas do corpo que estão desprotegidos. O embusen também foi simplificado.

Conta a história que os novos alunos que chegavam para treinar com Miyagi Sensei, costumava treiná-los por três a cinco anos antes de apresentá-los ao kata sanchin. Ele os fazia treinar muito duro, e muitos deles desistiam antes de aprender o kata sanchin. Aqueles que permaneceram se concentraram quase exclusivamente no kata sanchin por dois anos. O treinamento de sanchin de Miyagi Sensei era muito duro, e os alunos frequentemente saíam do treino com hematomas por ele verificar sua postura.

Sobre a tradução do kata

Significa três batalhas e estar relacionada por uma batalha interna entre o corpo, a mente e o espirito. Referindo-se a luta para controlar o corpo quando estiver fadigado. Com a fadiga a mente perdi o foco e assim o espirito começa a perder o equilíbrio.

San  (três) e Chin  (guerra, batalha ou partida).

Kanji: 三戦;

Katakana: サンチン

Sobre o kata Sanchin

Sanchin era originalmente executado com as mãos abertas, utilizando golpes de ponta dos dedos nukite. Higashionna Sensei sentiu que mudar das mãos abertas para punhos fechados seria mais adequado para praticantes de Okinawa que estavam acostumados a golpear com o punho fechado. Duas versões de Sanchin são praticadas, preservando tanto o sanchin de Higashionna Sensei quanto a versão ensinada por Miyagi Sensei. O sanchin de Chojun Miyagi preserva a essência do sanchin do Higashionna.

Trata-se de um Kata poderoso, que trabalha toda a musculatura corporal, devido à base homônima, sanchin dachi.

As técnicas são executadas muito lentamente e com punhos fechados para que o aluno domine movimentos precisos, respiração correta, postura, força interna, concentração, resistência muscular, principalmente contra golpes e estabilidade da mente e do corpo.

Dada a importância deste Kata nos benefícios para a saúde humana, uma vez que é executado do inicio ao fim com contração muscular de todo o corpo, provocando assim o aumento da irrigação sanguínea em todos os vasos e artérias, este kata tem sido adotado por outros estilos de karate.

Caracteristica entre o sanchin de Higashionna Sensei e Miyagi Sensei é que na versão de Higashionna Sensei realiza duas voltas e um único passo para trás. De modo a contornar a falta de passos para trás, Miyagi Sensei criou uma versão mais curta do kata, em que não existem voltas, mas apresenta dois passos para trás.

As bases utilizadas são: realizado na base Sanchin dachi

Numero de kyodos: 36

Teste de Sanchin Shime (三戦 締め)

De acordo com o site The Martial Way, “Shime significa: trancar, apertar ou fechar. Esta palavra é usada em relação à habilidade do praticante de trancar o corpo, apertar e fechar as áreas de vulnerabilidade.

O teste Shime é um exercício de duas pessoas, conduzido por um Sensei durante um teste de exigência. O trabalho da segunda pessoa é auxiliar o aluno que está sendo testado, a estar ciente e a focar e apertar vários grupos musculares enquanto se move através do kata. O teste em um aluno novo no kata Sanchin é feito pressionando e sentindo em vez de batendo. Isso ajuda muito a tornar o aluno mais consciente e a desenvolver hábitos fortes para o treinamento benéfico de Sanchin.

A ideia por trás do teste é ter o praticante, a pessoa sendo testada, colocada sob uma carga, para ver como sua estrutura está funcionando. A intenção é encontrar os pontos fracos na estrutura, o objetivo é a descoberta, para que o praticante possa corrigir uma fraqueza.

O que é considerado um teste clássico, bater no praticante com um bastão, shinai ou algo assim, é na verdade uma coisa moderna. Essa forma de teste é incorreta. Deve ser realizada com tapas e chutes.

Poder gera poder, quanto mais forte você atinge o praticante, mais intensamente ele responde, mais poder ele usa para se manter firme. Golpes percussivos forçam o corpo a uma forma de proteção.”

No estilo goju-ryu usam-se os seguintes testes:

Palmadas de fracas a fortes sobre os ombros. Isto verifica se os ombros estão naturais ou ainda tensos.

Pancadas de fracas a fortes contra as costas. Isto verifica se tal musculatura está firme. A leve retenção dos cotovelos também checa se o lutador permanece na postura correta e empregando toda a energia nos socos e pancadas desferidas.

Verificação das pernas. De trás, dando palmadas nas laterais dos joelhos, para assegurar se a base está sólida.

Pressão dos dedos atrás da nuca. Tem a intenção de ajudar a corrigir a postura.

Verificação da tensão de pélvis e virilha. Por trás ou pela frente, com uma pancada ascendente. Se o karateca estiver na base correta, conseguirá bloquear o golpe entre as pernas.

Verificação da respiração. Com golpes de fracos a fortes no estômago, isto checa se o ibuki (respiração) está correto.

Verificação da concentração do lutador. Com o examinador (isto é, quem executa o shime) desferindo ataques sem um padrão definido, totalmente aleatório, consegue-se testar se o karateca consegue antecipar os golpes contra si, se ele está focado na forma de execução e não nos ataques.

Verificação de postura. Isto é feito segurando-se os pulsos do lutador, que deverá estar com as mãos abertas, e guiando os golpes enquanto se opõe resistência.

Diferença entre os estilos

Enquanto no Goju Ryu desenvolvido por Miyagi Sensei é executado com as mãos fechadas, e usa um "empurrão" de punho fechado muito forte e tenso. No Uechi-ryu e no Ryusei, a prática de Sanchin é mais próxima da versão chinesa, com golpes de lança mais rápidos, mais parecidos com cobras. Kanbun Uechi, fundador do Uechi Ryu, sentiu que o Sanchin Kata era tão crítico que exigiu que seus alunos o estudassem por vários anos antes de passar para outros Kata. 




Vídeos




Referência

https://kisalemma.com/goju-ryu-katas/

https://en.wikipedia.org/wiki/G%C5%8Dj%C5%AB-ry%C5%AB#Kihongata

https://the-martial-way.com/sanchin-three-battles-of-kyokushin-karate/

https://artesmarciaispe-karate.blogspot.com/p/sanchin.html






sexta-feira, 5 de julho de 2024

Gekisai Dai Ni (ataque e destruição) - 撃塞型二

Também criado por Chojun Miyagi, para os iniciantes. Este kata começa a incorporar tai-sabaki e padrões de bloqueio mais suaves (kake-uke). Introduz neste kata a base neko-ashi dachi e defesas com a mão aberta. Assim como o kata Gekisai Dai Ichi, este também possui técnicas básicas de bloqueios e são organizados para serem utilizados com as duas mãos.

Enquanto no Gekisai Dai Ichi sugere uma luta numa distância maior e com bloqueios com as mãos fechadas (chudan uchi uke), o Gekisai Dai Ni mostra uma luta a curta distância e inclui defesas mais avançadas com as mãos abertas (mawashi uke e kake uke). Também mantém as técnicas de ashi barai, os chutes mae geri e o age empi uchi.

As bases utilizadas são: zenkutsu dachi, shiko dachi, heiko dachi, sanchin dachi, neko-ashi dachi

Número de kyodos: 25

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sexta-feira, 28 de junho de 2024

Gekisai Dai Ichi (ataque e destruição) - 撃塞型一

É o primeiro kata de uma série de dois kata tradicional do Goju Ryu. É considerado kata de fundamento (Kihongata (基本型) ) e é executado em cerca de 20 linhagens do estilo Goju Ryu.

Miyagi Sensei preocupado com a preservação do karate-do, criou os kata Gekisai com o objetivo de promover e popularizar o aprendizado do karate no sistema escolar e o público de Okinawa. O nome deve-se a época da 2º guerra mundial. Os gekisai kata foram introduzidos no goju ryu por Myagi sensei por meados de 1940, para dar aos iniciantes nesta arte marcial uma primeira percepção deste estilo, já que na época só existia kata complexo e difícil de entender e treinar, como por exemplo, o sanchin e o saifa. Já que estes kata era o primeiro Kata ensinado no Goju Ryu. O Gekisai Kata, no entanto, é mais fácil de aprender e executar, e contém técnicas dinâmicas que são mais atraentes para os jovens.

Esses kata introdutórios ensinam aos alunos os princípios básicos do Goju-Ryu, com foco na construção de força e no aprendizado de técnicas fundamentais.

Sobre a tradução do kata

Geki ( 撃 )significa "atacar" e Sai ( )significa "esmagar" e como um composto Dai Ni significa "o segundo" ou "número dois".

Com isso, o kata Gekisai (kanji: 撃砕; katakana: ゲキサイ) pode ser traduzido como demolir, destruir.

Sobre o kata Gekisai Dai Ichi

Gekisai dai ichi é um kata que sugere uma luta a longa distância e com bloqueios com as mãos fechadas (chudan uchi uke). Possui técnicas de proteção duras, com combinações de mãos e pés ágeis, incluindo ashi barai e mae geri.

A depender da linhagem do estilo Goju Ryu, pode ser iniciado com a postura musubi dachi ou heiko dachi.

É o único kata que finaliza com um golpe avançado para frente.

Este kata é chamado shinsei no estilo shito ryu e fukyugata ni no estilo matsubayashi ryu.

As bases são: zenkutsu dachi, shiko dachi, heiko dachi, sanchin dachi

Número de kyodos: 23

 

Atualizado em 25 de dezembro de 2024


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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Kata Wankan


Traduzido como “Coroa do Rei", Wankan (王冠) é composto por dois caracteres: (wan = rei) e (kan = coroa).

Wankan é o kata mais curto do Estilo Shotokan, com apenas 16 movimentos e apenas um kiai.  Este kata pertence ao grupo de Matsumora e foi adotado pelos estilos Shotokan e Shito-Ryu. Existe uma grande diferença entre as duas versões.

Existem dois outros nomes dados para este kata. “Shofu” significa “Vento no Pinheiro” e “Hito” significa “Ondas no Ar”. Cada uma das duas palavras contém um componente do pseudônimo de Funakoshi “Shoto”, que significa “Ondas do Pinheiro”.

“Shofu” também pode ser pronunciado “Matsukaze” que é conhecido em algumas escolas de karatê.

De acordo com alguns autores, o nome do kata foi, a princípio, tirado das três primeiras técnicas. Os movimentos 1 e 2, quando vistos diretamente de frente, formam os dois diademas laterais de uma coroa. Observe a postura dos braços realizando o Kakiwake Uke. O terceiro movimento cria a peça central da coroa. Para outros autores o nome Wankan recebeu este nome por causa dos primeiros seis movimentos do kata formando uma coroa.

História

Não se sabe muito sobre a história deste kata. Origina-se da escola Tomari-te e no karatê moderno é praticado nos estilos, como Shorin-ryu, Shotokan, Genseiryu e Matsubayashi-ryu.

No japonês padrão, "Wankan" seria pronunciado "Ohkan". No entanto, a pronúncia "Wan" foi transportada para o Japão a partir do dialeto de Okinawa. 

Wankan era o kata preferido do mestre Shoshin Nagamine, fundador da escola Matsubayashi-ryu, do estilo Shorin-ryu.

Uma das explicações sobre o kata é que provavelmente Yoshitaka Funakoshi, filho de Gichin Funakoshi, trouxe o kata para o Shotokan, assim como fez com vários outros kata avançados. Porém com a morte prematura dele, talvez não tenha conseguido ensinar o kata completo.

Na JKA, este kata foi adicionado tardiamente, mas simplesmente não recebeu tanta atenção quanto seus predecessores. A JKA incluiu o Wankan em sua série modernizada de livros intitulada Karate-Dô Kata.

O Kata

Wankan é um kata muito mais complexo do que parece à primeira vista. No geral, é um kata muito fluido e de baixo impacto, tendo alguns bunkai muito intrigantes. Não é um kata de exame ou torneio muito popular.

"O kata Wankan começa com kokutsu dachi chudan kakiwake uke e tem alguns movimentos únicos, como a transição, em um mawate (giro 180 graus), de zenkutsu dachi para neko ashi dachi koko sukui uke no 9º movimento."

O kata é composto por 16 kyodos e um único kiai dado no movimento 16º.

As bases utilizadas neste kata são: zenkutsu dachi, kokutsu dachi, kiba-dachi, Neko ashi dachi, fudo dachi.




Fonte: The Martial Way, Karate Vancouver

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Kata Chinte


Chinte (珍手) pode ser traduzido como “Mãos estranhas” ou "Mãos Raras" ou "Mãos Incomuns". É um kata praticado no estilo Shotokan e no Shito-Ryu.

Rotulado como um “kata feminino” o Chinte é um kata de técnicas de defesa pessoal a curta distância; e é praticado mais por mulheres por ter técnicas muito eficazes que não requer muita força. O kata oferece várias defesas que são mais adequadas para pessoas de baixa estatura. Outra característica são as técnicas circulares, diferentes dos outros kata do estilo Shotokan que são movimentos lineares.

História

O kata Chinte tenha se originado de uma dança folclórica de Okinawa, isso porque está repleto de técnicas e movimentos que podem ser indicativos desta dança. Há um boato de que o kata Chinte vem de uma dança que descreve para as jovens as coisas que elas terão que saber para sobreviver no mundo.

Dizem que esta dança foi copiada por especialistas em karate e modificado com técnicas de defesa pessoal.  O que deve ser uma das causas de ser executado por mulheres e não por homens.

O kata tem origem na escola Shuri-Te em Okinawa.

O Kata

O kata como um todo tem uma sequência de movimentos que começa com tranquilidade, torna-se vigorosa e termina na calma.

Há muito a aprender com este kata. Um ponto é o domínio da técnica de socar usando a força gerada pela pressão do pé de trás contra o chão. Depois de bloquear na postura imóvel, o joelho do pé de trás é levado à frente para assumir a postura avançada.

Outro ponto é o tate zuki, raramente visto nos treinos básicos de karate, embora seja comum nas artes marciais chinesas. Há também técnicas para atacar os olhos com a mão em ponta de lança de dois dedos. Essa é uma técnica de autodefesa eficaz para mulheres que têm pouca força muscular e baixa estatura.

O último movimento exige a sensação de força na calma, de ondas se afastando calmamente depois de se arremessarem contra a praia.

“Ao praticar Chinte, deve-se sentir como as ondas do mar, começando na calma, depois vazando e fluindo com a mudança dos ventos para se tornar uma tempestade e, finalmente, com os últimos três saltos, como a maré baixa após a tempestade, trazendo tudo de volta à tranquilidade. A prática deste kata ensina o aluno a ser fluido, ajustar-se ao oponente em vez de se opor rigidamente à força, mas ser capaz de colidir com o adversário com a devastação de um maremoto.”

Sobre o salto para trás

Existem diferentes interpretações em relação aos últimos três saltos (yori-ashi) para trás no final do kata:

  • Alguns acreditam que os três movimentos finais, uma série de saltos para trás, foram adicionados para trazer o kata de volta ao ponto de partida original para facilitar a competição, porque não estão presentes nas outras versões do kata praticado por outros estilos de Karate japonês. Alternativamente, pode ser que os movimentos finais tenham sido abandonados por outros estilos porque seu significado foi perdido.
  • As últimas três técnicas do kata são consideradas simbólicas de uma jovem esposa se curvando e se afastando de seu marido zangado, permitindo que ele faça o que quer, ou pelo menos pense que está fazendo o que quer quando na verdade ele foi totalmente manipulada e agora fará o que quiser. 
  • Mas a verdade parece ser que, em algum momento, alguém adicionou os três saltos ao kata para trazê-lo de volta ao ponto de partida. Outros estilos que praticam este kata "Chinte" não possuem os saltos, e simplesmente deixam o kata finalizado em um local diferente.

Chinte é um kata único por utilizar técnicas como Hasami Zuki, Nihon Nukite, Nakadaka Ippon–ken, Teisho, Shuto entre outras técnicas que ajudam a dar ao “Chinte” o seu nome: “Mãos Incomuns” ou “Mãos Estranhas”. Essas e outras técnicas são muito eficazes se usadas corretamente nas áreas vitais. As técnicas circulares ou angulares, exigem sutileza e precisão, não força bruta.

É evidente que o kata “Chinte” é incomum, estranho e surpreendente na ampla variedade de técnicas que o acompanham.

O kata é composto por 33 kyodos. O 1º kiai é dado no movimento 09º e o segundo no movimento 28º. No livro o Melhor do Karate vol.9, o kiai é dado nos movimentos 9º e 32º.

As bases utilizadas neste kata são: heisoku dachi, kiba dachi, fudo dachi, zenkutsu dachi, kokutsu dachi, ashi dachi.




 

Fonte: NAKAYAMA, M. O Melhor do Karate – Bassai sho, Kanku sho e Chinte. Vol. 9, The Martial Way, Karate Vancouver

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Kata Hangetsu


Hangetsu (半月) pode ser traduzido como meia lua, onde “Han” significa “Metade” e “Getsu” significa “Lua” ou “mês”.

“No curso do seu desenvolvimento, este kata, inicialmente chamado Seishan ou Seisan, passou a ser conhecido pelo nome de Hangetsu (meia-lua), devido aos movimentos semicirculares das mãos e dos pés, com os quais é realizado.”

Este kata pode ser encontrado em outros estilos e com diversas variações.

História

"Hangetsu" é um kata avançado praticado no karatê Shotokan e sua origem vem da escola Naha-te de Okinawa. Gichin Funakoshi mudou o nome do kata para Hangetsu.

A versão mais antiga de Okinawa deste kata é conhecida como "Seisan" ou "Seishan". "Seisan" significa "13" e é pronunciado “Jusan” no continente do Japão. Alguns dizem que o número 13 se refere ao número original de passos do kata, outros acreditam que se refere ao número de diferentes técnicas encontradas no kata.

O Kata

Hangetsu é um kata único dentro do sistema Shotokan. É um kata interno, focado no cultivo e liberação da energia ki, ou força interior. O kata é uma meditação em movimento, com o objetivo de desenvolver o ki.

São características desse kata as técnicas rápidas e lentas combinando os movimentos de pés e mãos com a respiração, tudo com sincronismo. Os movimentos dos pés, são sempre em forma de meia lua, sendo seu nome derivado deste fato. Os movimentos de mãos e pés em forma de arco. Os movimentos dos pés têm a finalidade de penetrarmos e desequilibra a base do seu adversário. Além disto, posturalmente as pernas formam em semi-flexão com os joelhos forcando para dentro. Os movimentos com deslizamento dos pés no Hangetsu são mais eficazes para ataques de perto.

A postura que é utilizada dentro do kata é a "postura da meia-lua", batizada em homenagem ao kata: "Hangetsu Dachi."

A maioria dos movimentos lentos do kata são executados com tensão atípica e contração isométrica. Isso foi pensado para endurecer o corpo contra um golpe, bem como fortalecer quaisquer técnicas que possam ser lançadas. A ideia é levar os músculos à contração, de modo que o relaxamento que se segue naturalmente seja mais dramático. Ensina o valor da tensão e relaxamento graduais e os padrões respiratórios que os acompanham. Também oferece uma ferramenta valiosa para reduzir a tensão nos ombros. Quando você maximiza a tensão muscular e depois relaxa, seu corpo geralmente fica mais relaxado do que antes de você ficar tenso.

O kata Hangetsu do estilo shotokan possui 41 movimentos (kyodos). O kiai é dado nos movimentos (kyodo) 11 º e 40º.

As bases utilizadas neste kata são: hachinoji dachi, hangetsu dachi,kokutsu dachi, ashi dachi, neko ashi dachi.




Fonte: NAKAYAMA, M. O Melhor do Karate – Jitte, Hangetsu, Empi. Vol. 7, The Martial Way, Karate Vancouver

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Kata Gankaku


O nome deste kata é composto por dois kanji (岩鶴). O primeiro kanji significa "Rocha" e o segundo kanji significa "Garça". Gankaku pode ser traduzido como “Garça sobre a rocha” ou “Grou sobre a rocha”.

“Supõe-se que este kata esteja relacionado com o kata “Chinto” praticado em muitos sistemas de Shorei-Ryu em Okinawa. Existem dois kata “Chinto” diferentes que podemos identificar no sistema de karate de Okinawa. Um kata Chinto é o kata Shotokan “Gankaku”, e o outro é uma reminiscência do Gankaku, mas não realmente. Os dois kata são obviamente versões diferentes um do outro. Hirokazu Kanazawa aprendeu e começou ensinar a outra versão do Chinto sob o nome de “Gankaku-Sho”.”

A característica principal deste kata é a postura em uma só perna (ashi dachi) mostrando o total equilíbrio em postura defensiva para lançar-se contra seu inimigo. Este kata representa a garça pousada em uma só pata em total equilíbrio em uma perna, daí o nome gankaku que significa “o grou sobre a rocha ou a garça sobre a rocha”

Esta posição trabalha muito o equilíbrio e concentração de força, além de facilitar a aplicação rápida para chutes laterais.

Atualmente, Chintō é praticado em Wado-ryū, Shūkōkai, Isshin-ryū, Chitō-ryū, Shōrin-ryū, Shitō-ryū, Shotokan, Gensei-ryū, Matsubayashi-ryū e Yōshūkai.

História

Diz a lenda que Gankaku foi criado por Sokon Matsumura, que se inspirou nos ensinamentos de um náufrago chinês hábil na arte do kung fu. Anteriormente conhecido como Chinto, originário do estilo Shorei. Gankaku é um dos kata Shotokan mais graciosos. O kata é geralmente traduzido como “Garça em uma rocha”, referindo-se à postura da garça (tsuru-dachi), quando se deve afundar em uma perna como se um guindaste estivesse empoleirado, pronto para atacar.

Outros autores contam que o criador deste kata e a data de origem do kata são desconhecidos, mas diz a lenda que foi ensinado pelo mestre Sokon Mastsumora e praticado pelo Shotokan e Shito-Ryu. Funakoshi mudou com sucesso o nome para “Gankaku” não apenas para apresentar um nome em língua japonesa, mas também para remover as conotações de guerra e batalha que o nome “Chinto” carrega. Ele também modificou o padrão real de movimento (Embusen), para um layout mais linear, semelhante aos outros kata Shotokan.

O Kata

"Gankaku" é um kata interessante composto de técnicas exclusivas dele. “Seu nome atual “Garça sobre a Rocha”, deriva das posturas muito semelhantes às assumidas pela garça que, apoiada numa só perna, sobre a rocha, está prestes a lançar-se sobre o inimigo. Nessa posição, o praticante deve ter a sensação de inibir e subjugar os movimentos do adversário.

Tendo o yoko keage como seu núcleo especial, esse kata não se compara a nenhum outro. Ele é apropriado para o praticante dominar o equilíbrio enquanto se põe sobre uma perna só e simultaneamente contra-ataca com o chute lateral e com o dorso do punho.”

No Karate Shotokan, não há muitos kata nos quais se espera que você se equilibre em uma perna, mas “Gankaku” exige essa ação o tempo todo. Outra característica interessante é o uso de chutes laterais após a postura de uma perna. A técnica de abertura de “Gankaku” implica bloquear com ambas as mãos, agarrando ou simplesmente pressionando a técnica de entrada. O chute de nível duplo de “Kanku-Dai” está em “Gankaku”, mas em imagem espelhada. A perna direita é a primeira a sair do chão, e não a esquerda. A prática do “Gankaku” talvez pudesse ser vista como uma ação de equilíbrio para esta técnica no “Kanku Dai”, mas sua importância é muito mais do que isso.

O kata gankaku do estilo shotokan possui 42 movimentos (kyodos). O kiai é dado nos movimentos (kyodo) 28 º e 42º.

As bases utilizadas neste kata são: kosa dachi, ashi dachi, zenkutsu-dachi, kiba-dachi, kokutsu dachi.




Fonte: NAKAYAMA, M. O Melhor do Karate – Gankaku e Jion. Vol. 8, The Martial Way, Karate Vancouver

domingo, 5 de fevereiro de 2023

Kata Ji’in

Este kata pertence ao grupo de kata Jitte e Jion, e ao contrário dos outros dois este kata não é mencionado nos livros O Melhor do Karate de Nakayama.

O Ji’in (慈蔭) é composto por: (Ji = Templo) e (In = Terreno, chão, pátio). A palavra Ji'in pode ser traduzido como “Terreno do templo”, ou “Amor e Sombra” quando outros caracteres são usados. É um kata relativamente simples, mas que precisa de muito estudo. Dizem que Funakoshi chamava este kata de Shokyo que pode ser traduzido como Sombra do Pinheiro, mas este nome nunca foi adotado pelos seus alunos.

Era e ainda é um kata pouco praticado e além disso, Funakoshi ensinou pouco aos seus alunos, é o que diz um dos livros de Kanazawa.

O kata Ji’in não faz parte da lista de kata do estilo Shotokan da JKA. “Mas organizações como a SKIF – Shotokan Karate-Do International Federation, criada por Hirokazu Kanazawa, outro discípulo de Funakoshi, o inclui entre as formas tradicionais.”

“Segundo Funakoshi, seu nome não é escrito em kanji (a escrita ideogramática-conceitual japonesa), mas em ‘katakana’, um dos silabários da escrita nipônica, que, assim como o hiragana, é utilizado para palavras que não possuem kanji. Os katakana são caracteres que não têm valor conceitual, mas meramente fonético – apenas o som do nome é conhecido. Uma das traduções fonéticas para o katakana de Ji'in é ‘profundamente comovente’ ou ‘muito emotivo’.”

História

“Existem discordâncias sobre sua origem, alguns estudiosos creditam a forma ao mestre Anko Itosu (1831 – 1915), que foi professor de Funakoshi”, que escreveu um artigo datado de 1914, dizendo “que, segundo seu primeiro professor Mestre Azato, o Ji'in foi ensinado ao mestre de Tomari-Te Gikei Yamazato (1835-1905) por um chinês que teve sua embarcação naufragada na costa de Okinawa. Consta que este chinês também ensinou os katas que deram origem ao Gankaku e ao Jitte a vários mestres de Okinawa.”

“Já o sensei Ryusho Sakagami (1915-1993), acreditava que os três ‘J’, Jion, Jitte e Ji'in, derivaram de alterações feitas pelo mestre Itosu de um antigo kata Tomari-Te. Itosu foi o criador de Bassai Sho e Kanku Sho, versões mais curtas do Bassai Dai e do Kanku Dai.”

Acredita-se que sua origem em Okinawa seja através da escola Tomari-te pelo mestre Matsumura, embora haja divergências quanto à data de sua introdução em Okinawa vindo da China, o kata pode ter tido sua origem no estilo do Grou Branco de Fujian e adaptado para o karate Okinawense.

O kata Ji’in assim como Jitte (Jutte) e Jion são do estilo Shorei-Ryu. Todos esses kata podem ter sua origem também no Shuri-te.

O Kata

Ji'in, Jion e Jitte formam um grupo de kata usado em vários estilos de karatê, esses kata tem a mesma característica comum dos outros dois kata, eles iniciam o kata com a mesma posição da mão esquerda cobrindo a direita, que tem raízes no boxe chinês antigo.

“Ji'in é conhecido por uma série de movimentos circulares que introduzem duas técnicas, chudan-shuto-uchi (golpes de mão de espada de nível médio) e chudan-tetsui-uchi (golpes de punho de martelo de nível médio). Este kata testará o equilíbrio do aluno, que ele descobrirá que pode ser melhorado colocando a ênfase adequada na direção correta do ataque.”

Sua principal característica são os bloqueios duplos simultaneamente e as várias mudanças de direções.

O kata Ji’in do estilo shotokan possui 35 movimentos (kyodo). O kiai fica no 11º e 35º movimento (kyodo).

As bases utilizadas neste kata são: heisoku dachi, zenkutsu-dachi, kiba-dachi, kokutsu dachi.




Fonte: http://heliosignorelli.blogspot.com/2015/04/jiin-estudos.html

https://shotodo.wordpress.com/2019/04/18/jiin/

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Kata Jitte (Jutte)


O nome Jitte ou Jutte ((十手) pode ser traduzido como dez mãos ou dez técnicas. Ju = dez e e Te = mão. Ele sugere que alguém que tenha aprendido este kata é tão eficiente e capaz de defender-se de dez homens de uma só vez. Os movimentos são um tanto mais pesados quando comparados aqueles do estilo shorin. A postura é bastante audaz. Proporcionam um bom condicionamento físico, embora sejam difíceis para iniciantes. Este kata também é originário da região de Tomari.

Ji'in, Jion e Jitte formam um grupo de kata usado em vários estilos de karatê, esses kata tem a mesma característica comum, eles iniciam o kata com a mesma posição da mão esquerda cobrindo a direita, que tem raízes no boxe chinês antigo.
 

História

Acredita-se que sua origem em Okinawa seja através da escola Tomari-te pelo mestre Matsumura, embora haja divergências quanto à data de sua introdução em Okinawa vindo da China, o kata pode ter tido sua origem no estilo do Grou Branco de Fujian e adaptado para o karate Okinawense.

O kata Jitte (Jutte) assim como Ji’in e Jion são do estilo Shorei-Ryu. Todos esses kata podem ter sua origem também no Shuri-te.
 

O Kata

Este kata tem como característica técnicas de defesa e contra-ataque contra o bastão, força de impacto e grande potência, além de um espirito inabalável. Este kata utiliza muitas técnicas de mãos abertas e lembra o kata heian sandan, com seus bloqueios poderosos quando cada movimento e executado pelo quadril sobrepõe-se a aplicação com firmeza.

O kata Jitte “ajuda a compreender a importância de se manter certa tensão nas partes laterais do tórax e de se saber controlar essa tensão, por exemplo, ao girar o tronco depois de bloquear, ao derrubar o oponente ou ao agarrar o adversário a força.”

O kata Jitte (Jutte) do estilo shotokan possui 24 movimentos (kyodo). O kiai fica no 13º e 24º movimento (kyodo).

As bases utilizadas neste kata são: heisoku dachi, zenkutsu-dachi, kiba-dachi, kosa-dachi, ashi dachi, kokutsu dachi.





Fonte: O Melhor do Karate – Jitte, Hangetsu, Empi. M.Nakayama vol.07, site The Martial Way

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Kata Jion


O nome Jion pode ser traduzido como gratidão e piedade. Este kata do estilo Shotokan tem sua origem no estilo Shorei-ryu, que é baseado no estilo Shorin-Ryu (Shaolin), um estilo de Okinawa-te originalmente chinês.

De acordo com Nakayama, “Esse kata contem em si a harmonia perfeita de Buda, e seus movimentos calmos ocultam um espírito forte.”

Jion, Ji'in e Jitte (Jutte) são frequentemente agrupados. A razão para isso é que Jion, Jitte (Jutte) e Ji'in começam com a mesma característica (kamae) da mão esquerda cobrindo a direita, que aparentemente tem raízes no boxe chinês antigo e é chamada de postura "Ming saudação" (palma sobre o punho). No Karate esta postura é chamada de “Jiai no Kamae”.

De acordo karatevancouver, “há muitas maneiras diferentes de escrever a palavra Jion. Alguns deles são apresentados aqui para consideração como possibilidades.” 

1 - 慈恩: “Misericórdia do Amor”

Ji: Amor universal, terno, gentil e amoroso

On: Misericórdia, graça, favor, benevolência ou bondade

Alguns tentam usar isso para amarrar Jion de volta à China. Mas, há um monte de templos no Japão chamados Jion. Muitos deles usam a mesma grafia de kanji para seus nomes. Jion como um nome de templo é muito comum e porque o nome é tão comum, mesmo que Jion tivesse o nome de um templo, nunca seríamos capazes de descobrir qual. 

2 - 寺音: “Som do Templo”

Ji: Templo

On: som

O significado pode ser o som do sino do templo tocando 

3 - 寺恩: “Misericórdia do Templo”

Ji: Templo

On: Misericórdia, graça, favor, benevolência ou bondade

Mostrando talvez o conceito histórico de buscar santuário dentro das paredes de um templo como Musashi fez em Kanchi'in em Kyoto.

Jion é um kata obrigatório em todas as Federações, incluindo as Organizações de Karate Dô do Japão, e é praticado apenas nos estilos Shotokan e Wado-Ryu.

História

Existe a crença de que o kata Jion (慈恩) era de origem chinesa por causa da palavra “Jion”, um termo budista encontrado nos livros antigos da China. Há alegações de que o nome vem de um templo chamado Jion-Ji, que literalmente significa “Templo Jion”, onde as artes marciais eram praticadas. Depois, chegou a Tomari em Okinawa.

O nome Jion foi encontrado várias vezes em documentos chineses antigos, “e é possível que alguma forma de boxe chinês tenha sido transmitida por pessoas ligadas a um templo chamado Jion.”

O Kata

Este kata não inclui nenhuma técnica particularmente difícil e é perfeito para praticar e dominar os movimentos giratórios e de mudança de direção. Pode-se notar alguns movimentos dos kata heian e tekki.

É um kata considerado simples, porém os movimentos podem ser executados com força, firmeza e equilíbrio através de sua base pesada.

Talvez o ponto mais importante deste kata seja: os movimentos de avanço com rotação e giro do corpo executando movimentos simultâneo de braços e pernas.

O Jion é único entre os kata, e é um dos poucos kata do karate em que as combinações de bloqueio/contra-ataque são executadas enquanto avançam nas bases.

Dicas importantes

  • Esse kata possui diversas técnicas com execução de técnicas duplas (como manji uke, kakiwake uke, juji uke, morote uke, e o uchi uke em conjunto com o gedan barai já no início do kata, entre outras)
  • No início, ao juntar as mãos, posicione elas na mesma altura do seu queixo
  • Preste atenção aos giros necessários e ao movimento do manji uke, base e posição dos braços
  • Há uma boa variação entre movimentos rápidos e lentos durante o kata
  • Com diversas mudanças de direção, preste muita atenção ao seu equilíbrio
  • No final do kata, o yumi zuki deve ser executado com a posição correta dos braços e mãos, conforme o vídeo
  • O segundo KIAI é o único KIAI de todo o estilo Shotokan com um som prolongado pois é feito em uma execução de um movimento longo e profundo

O kata Jion do estilo shotokan possui 47 movimentos (kyodo). O kiai fica no 17º e 47º movimento (kyodo).

As bases utilizadas neste kata são: heisoku dachi, zenkutsu-dachi, kiba-dachi, kosa-dachi, kokutsu dachi



Fonte: O Melhor do Karate – Gankaku, Jion. M.Nakayama vol.08, sites karatevancouver, The Martial Way, Karate Faixa Preta