Dividida em 11 volumes, o Melhor do Karate é uma coleção
escrita pelo Sensei Masatoshi Nakayama, um dos mais influentes mestres da
história do Karate-do estilo Shotokan. Cada volume apresenta pontos básicos e
avançados do estilo e organizados sistematicamente para um aprendizado
eficiente.
O conteúdo de cada volume abrange técnicas de kata e kumite,
além de partes do corpo a serem utilizadas para ataque e defesa. Ao final de
cada volume possui um dicionário de termos utilizados durante a pratica do
karate. Os volumes 5 a 11 trata de todos os katas do estilo Shotokan. Cada
volume possui dois ou três kata.
“Através dos seus livros, Masatoshi Nakayama continua divulgando
a tradição do seu mestre, Gichin Funakoshi, considerado o pai do karatê
moderno. Professor e diretor de educação física na Universidade Takushoku,
Nakayama foi instrutor-chefe da Associação japonesa de karatê de 1955 até 1987,
ano em que faleceu. Faixa preta de nono grau e figura conhecida nas
competições, foi dos primeiros a enviar instrutores para fora do Japão e a
incentivar o desenvolvimento do karatê como esporte, proporcionando-lhe uma
base científica.”
A coleção é uma leitura obrigatória para todos os
praticantes de karate.
LIVRO E VOLUME
O Melhor da Karate Vol. 1 – Visão abrangente-Práticas
O Melhor da Karate Vol. 2 – Fundamentos
O Melhor da Karate Vol. 3 – Kumite 1
O Melhor da Karate Vol. 4 – Kumite 2
O Melhor da Karate Vol. 5 – Heian e Tekki
O Melhor da Karate Vol. 6 – Bassai e Kanku
O Melhor da Karate Vol. 7 – Jitte, Hangetsu e Empi
O Melhor da Karate Vol. 8 – Gankaku e Jion
O Melhor da Karate Vol. 9 – Bassai Sho, Kanku Sho e Chinte
O Melhor da Karate Vol. 10 – Unsu, Sochin e Nijushiho
O Melhor da Karate Vol. 11 – Gojushiho Sho, Gojushiho Daí e
Meikyo
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Saifa é o terceiro kata dos oito shiteigata do estilo
Goju-Ryu de Karate. O nome pode ser grafado com dois grupos de ideogramas
(kanji), que transmitem significados como “Destruir e Esmagar” ou “Destruição
Extrema”. O termo utiliza o mesmo kanji chinês para "sai" encontrado
no kata Gekisai. O segundo kanji, fa, pode ser traduzido como “rasgar” ou
“romper”, o que justifica a tradução comum do nome como "Esmagar e Rasgar". Sua pronúncia varia: “Sui-po” em
mandarim, “Sai-fa” no dialeto de Okinawa e “Sai-ha” em japonês.
Dentre os kata kaishu do Goju-Ryu que foram transmitidos, Saifa
é o único que aparentemente manteve sua pronúncia original no dialeto de Fujian,
na China. Em Fuzhou, o sistema Shaolin do Sul possui uma linhagem conhecida
como Boxe do Leão (Shishi Kenpo, em japonês), que inclui estilos como Forma do
Leão, Leão Dourado e outros. Vários elementos desse sistema estão presentes no
kata Saifa, como o golpe duplo Hiraken e o Mawashi Uke.
De acordo com Kinjo e Tokashiki, o Hiraken duplo simboliza o
ataque e o puxão com as patas dianteiras de um leão ao abater sua presa. Já o Mawashi
Uke, comumente associado à “boca do tigre”, também pode ser interpretado como a
"boca do leão". As muitas ações de pisada presentes em Saifa evocam
os passos potentes da fera em combate.
Origem do Kata
De origem chinesa, Saifa teria sido trazido para Okinawa por
Kanryo Higaonna, que aprendeu com seu mestre Ryu Ryu Ko (Xie Zhongxiang),
durante seu período de estudos em Fuzhou (1863–1881). No entanto, a escola de
Juhatsu Kyoda — um dos principais discípulos de Higaonna — aponta que apenas
quatro kata foram transmitidos por ele: Sanchin, Sanseiru, Seisan e Suparinpei
(Pechurin).
Assim, é possível que Chojun Miyagi tenha aprendido Saifa
posteriormente em suas próprias viagens à China, ou talvez o tenha desenvolvido
com base em técnicas chinesas e de Okinawa. Algumas fontes sustentam que Saifa
possui raízes diretas nos sistemas do Leão de Fujian, sendo que o kanji
original pode também significar "Lei do Leão", pronunciado como “Saifa”
no dialeto Hokkien Amoy ou “Shifa” em mandarim.
Características
Técnicas e Aplicações
Saifa é o primeiro kata kaishu avançado — ou seja, um kata
de "mão aberta" com caráter combativo — ensinado no Goju-Ryu. Seu
objetivo principal é o desenvolvimento do tai sabaki (movimentação corporal) e
do equilíbrio. Os ataques são executados com movimentos circulares e soltos nas
articulações do punho, cotovelo e ombro, como chicotadas impulsionadas pela
rotação do quadril, o que amplia a velocidade e a potência dos golpes, em
conjunto com movimentos suaves e duros dos braços.
O kata incorpora:
ØMovimentos rápidos;
ØGolpes com o dorso do punho e punhos em martelo;
ØChutes com o joelho e na virilha;
ØPosturas leves como Neko Ashi Dachi e Sagi Ashi
Dachi combinadas com posturas firmes do shiko dachi;
ØA mesma mão que ataca pode defender e vice-versa;
ØAtaques laterais para executar este kata.
Além disso, as técnicas de golpe (uchi) são circulares e,
embora executadas de forma solta, concentram toda a força no momento do impacto
(kime), com contração nas articulações e músculos para maximizar o efeito.
A partir da análise do bunkai (aplicações práticas), Saifa
pode ser interpretado como um conjunto de técnicas de agarrar, rasgar e romper
em combates corpo a corpo.
Este kata possui 25 kyodos.
Contexto
Histórico
Independente da tradução dos kanji, os significados
convergem para a mesma essência: golpes decisivos e devastadores,
frequentemente duplos (usando ambas as mãos), com foco em esmagamento e
finalizações. Trata-se de um dos kata com aplicações mais agressivas do Karate-Dō,
refletindo o contexto histórico de sua criação: os períodos de conflito entre
os reinos de Ryūkyū, em que o porte de armas era proibido até mesmo pela classe
guerreira, o que exigia técnicas letais de combate desarmado.
Esse aspecto é fundamental para compreender o conceito de kata
no Karate-Dō, que representa confrontos múltiplos e situações de guerra, diferente
de outras artes marciais como o Aikidō, Kendō ou Judō, cujos kata simulam
duelos com um único oponente.