O que é carnaval?
É uma das festas mais populares e animadas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo (entrada) acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.
História do Carnaval
O entrudo português e as máscaras italianas são heranças do período colonial que viriam compor as características de nosso carnaval. O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.
No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais. A partir daí o carnaval começa a ter a cara do nosso país com a participação de negros, mulatos e brancos.
No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas e uma das principais responsáveis por este crescimento foi a grande compositora Chiquinha Gonzaga que na época compôs a primeira marchinha de carnaval chamado “Ó ABRE ALAS”. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.
A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro em 1927, e chamava-se “Deixa Falar”, criada pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Está foi referência para o surgimento de outras agremiações no Rio de Janeiro, inclusive no próprio morro de São Carlos, base da atual Estácio de Sá. Lá, foram fundadas outras escolas que faziam sua folia na disputa pelo título, como "Cada Ano Sae Melhor", "Vê se pode" (posteriormente "Recreio de São Carlos") e o "Paraíso das Morenas". Os laços, quase consangüíneos, falaram mais forte e, em 1955, essas escolas se uniram para formar a Unidos de São Carlos. Em 1983, mais uma mudança: a Unidos de São Carlos vira Estácio de Sá.
A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro como: Mangueira, Portela, Vizinha Faladeira, entre outras e em São Paulo: Lavapés, Vai-Vai, Camisa Verde e Branco e Nenê de Vila Matilde. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.
A região Nordeste permaneceu com as tradições originais do carnaval de rua como, por exemplo, Recife e Olinda, no ritmo do frevo e do maracatu. Já na Bahia, o carnaval de rua conta com a participação dos trios elétricos, embalados por músicas dançantes, em especial o axé.
Carnaval de Salvador
“O carnaval de Salvador, a primeira capital do Brasil, evoluiu como no Rio de janeiro e em diversas outras partes do país. As iniciativas tomadas para conter os abusos do entrudo português fizeram surgir os bailes dos salões, com grande destaque para as festas à fantasia do teatro São João, o corso, os cordões e blocos diversos.” Em 1884, Como os negros não eram bem-vindos nos salões da sociedade, continuaram brincando o Carnaval nas ruas. Esses festejos foram organizados pela primeira vez pelo poder público e é considerado um marco pelos baianos devido a organização apresentada pelas manifestações populares a partir deste ano.
“No finalzinho do século XIX, por volta de 1894, 1895, surgiu o Afoxé, um tipo de grupo formado por negros que representavam casas de culto de herança africana e saíam às ruas cantando e recitando seqüências de músicas e letras. Os afoxés exibiam-se na Baixa dos Sapateiros, Taboão, Barroquinha e Pelourinho, enquanto os grandes clubes desfilavam em áreas mais nobres. O mais famoso afoxé é o "Filhos de Gandhy", criado em 1949 - ano do IV centenário da cidade - pelos estivadores do Porto de Salvador. O nome é uma homenagem ao pacifista indiano Mahatma Gandhy, assassinado um ano antes.
A maior inovação do Carnaval da Bahia porém, foi o Trio Elétrico de Dodô e Osmar, que surgiu em 1950 e representa a consagração do carnaval de rua. A primeira apresentação foi feita em cima de um Ford 1929, com guitarras elétricas e som amplificado por auto-falantes, às cinco da tarde do Domingo de carnaval. O desfile aconteceu no Centro da cidade arrastando uma verdadeira multidão. Na verdade, o nome "trio elétrico" só surgiu mesmo no ano seguinte, quando três músicos se apresentaram em cima do tal carro.
Nos anos 70 o carnaval presenciou o nascimento de grupos históricos, como os Novos Baianos e o bloco afro Ilê Aiyê, além do renascimento do Filhos de Gandhy. Era o começo do crescimento cultural do Carnaval de Salvador, que passou a enfatizar os conflitos e a protestar contra o racismo. Na década de 80, grupos como Camaleão, Eva, e Olodum escreveram seus nomes na história da festa mais popular da Bahia.”
Atualmente, segundo a Saltur (Salvador Turismo) existem 234 entidades carnavalescas saem às ruas da cidade entre esta quinta e a próxima Quarta-Feira de Cinzas: 20 afoxés, 68 blocos afros, 20 blocos alternativos, 22 blocos de samba, 45 blocos de trio, três blocos especiais, três blocos indígenas, sete blocos infantis, 26 blocos percussivos, sete blocos de sopro e percussão e 13 blocos de travestidos.
Carnaval de Recife
Em Recife de acordo com as antigas tradições, mais ou menos em fins do século XVII, existiam as Companhias de Carregadores de Açúcar e as Companhias de Carregadores de Mercadorias. Essas companhias geralmente se reuniam para estabelecer acordo no modo de realizar alguns festejos, principalmente para a Festa de Reis. Estas festas aconteciam anteriormente à festa de reis e era constituída por pessoas negras, livres ou escravos que se reuniam para sair em cortejos caminhando e improvisando cantigas em ritmo de marcha, e os foguetes eram ouvidos em grande parte da cidade.
A partir do século XVIII, surge os Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação Africana. No século XIX, surgiram as primeiras agremiações de carnaval e acreditam que as festas dos Reis Magos serviram de inspiração para o carnaval recifense. E com isso aparecem também os clubes, entre eles: Xaxadores, Canequinhas Japonesas, Marujos do Ocidente e Toureiros de Santo Antônio.
No século XX, o carnaval era realizado nas ruas da Concórdia, Imperatriz e Nova, onde desfilavam papangus e máscaras de fronhas (fronhas rendadas enfiadas na cabeça e saias da cintura para baixo e outra por sobre os ombros), esses mascarados sempre se apresentavam em grupos.
Os desfiles de bonecos gigantes, em Recife, são uma das principais atrações desta cidade durante o carnaval.
Apesar da influencia de outros países no carnaval brasileiro, hoje esta festa tem a cara, o ritmo e a ginga do povo brasileiro.
Atualmente é um dos eventos mais festejado no mundo, onde podemos encontrar uma grande diversidade de pessoas de vários países e cidades do Brasil. Infelizmente algumas pessoas continuam saindo para esta festa com o intuito de praticar a violência.
Quanto as letras musicais, essas deveriam ser criativas, como são, mais de qualidade, pois o que ouvimos hoje, são músicas com letras maliciosas, ofensivas e que desvalorizam as mulheres.
Veja o vídeo e ouça a primeira marchinha de Carnaval, composta por Chiquinha Gonzaga.
Fontes:
www.infoescola.com/artes/historia-do-carnaval-no-brasil/
www.suapesquisa.com/carnaval/
www.brasilescola.com/carnaval/historia-do-carnaval-no-brasil.htm
Saiba mais: http://www.chiquinhagonzaga.com/biografia.html
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